quinta-feira, maio 11, 2006

Seminário - Pedofilia e Pornografia Infantil: de que modo a SIC influencia a prática destes crimes?

Devem estar a pensar: "que tema tão batido e falado"... e de certa forma concordo, se analisarmos do ponto de vista físico, o caso Casa Pia tem esgotado páginas de jornais e aberturas de telejornais, no entanto, se formos a analisar do ponto de vista electrónico, pouco se sabe a este respeito, pela escassez de informção que nos chega sobre este tema.
A pedofilia e a pornografia na Internet estão, cada vez mais, a tornar-se numa realidade praticada por muitas pessoas e há alguns países que se vêem fortemente afectados por este mal que se difunde e propaga mais rápido do que a própria luz, assim, todas as formas de chamar a atenção e alertar o mundo para este problema são poucas...
A minha pergunta de partida foi: "de que modo é as que as novas tecnologias, nomeadamente a Internet, influenciam a prática destes crimes?"
  • Começarei por explicar o que é a Pedofilia e qual o perfil típico do pedófilo, de seguida direi qual o impacto da Internet no aumento destes crimes e os porquês da utilização (as vantagens para quem está envolvido neste "negócio") da Internet.
  • Chegarei a um ponto em que se verifica que todo este meio envolvente em que estamos inseridos e a ascensão de novos valores, característicos desta Sociedade em rede, vêm também ao encontro daquilo que os pedófilos, enquanto consumidores deste tipo de negócios, procuram e ambicionam. Por isso, é interessante ver quais os países mais afectados com toda esta situação, e analisar as medidas que têm vindo a ser tomadas, por parte destes, para que se vença este mal.
  • Antes de terminar a apresentação deixarei algumas sugestões de como podemos prevenir que as crianças não sejam aliciadas por esse tipo de pessoas, de forma a diminuir o número de casos hediondos como estes.
  • O meu trabalho terminará, então, com algumas conclusões e questões retóricas que servirão não só para alertar as pessoas, mas também para as pôr a reflectir um pouco sobre o assunto, (algo que o seminário da Cais Digital conseguiu fazê-lo na perfeição), pois na minha opinião a reflexão é muito importante para que posteriormente se tomem medidas definitivas perante assuntos desta gravidade, quer seja a nível de miséria, info-exclusão, quer a nível de pedofilia ou pornografia infantil...

Processo de Bolonha: utópico ou realista?

O crescimento da sociedade do conhecimento depende da produção de novos conhecimentos, da sua transmissão através da educação e da formação, da sua divulgação pelas novas tecnologias da informação e comunicação e da sua utilização em novos serviços ou processos industriais.
As universidades têm assim grande importância, pois desempenham um papel essencial em todos estes domínios, são preponderantes para: o desenvolvimento e transmissão de novos conhecimentos; a formação de novos profissionais e investigadores com maiores apetências para integrar o mercado altamente competitivo e exigente em que estamos inseridos; a crescente complexificação do processo da inovação; e para o aumento da coesão social.
A emergência das novas tecnologias e a ascensão de novos valores têm causado inúmeras alterações no nosso quotidiano e tudo isso tem afectado não só o mercado empresarial, cada vez mais competitivo, mas também o mercado universitário que necessita de utilizar novas “armas” e de se reinventar constantemente para ir superando a multiplicidade de novas universidades e institutos que vão surgindo.
Somos cada vez seres mais exigentes, refinados, com baixos índices de aceitação a possíveis falhas e o excesso de oferta desta Sociedade em Rede só vem fazer com que tenhamos sempre a opção “Plano B”.
Assim, e tendo em vista criar-se um Espaço Europeu do Ensino Superior como contribuição para uma maior integração europeia, um conjunto de ministros da Educação Europeus assinou uma declaração convencionada em Bolonha, a 19 de Junho de 1999, que preconizava os seguintes objectivos: 1) mobilidade de estudantes e diplomados; 2) empregabilidade dos diplomados; 3) maior competitividade dentro do Espaço Europeu e face aos restantes blocos mundiais.
O Processo de Bolonha surgiu, então, da necessidade de se criar uma comunidade europeia sólida, próspera, competitiva e atractiva para alunos e docentes, não só Europeus, mas oriundos de todo o mundo. Para isso tem seis pontos orientadores: a adopção de um sistema de graus comparável e legível; a adopção de um sistema de Ensino Superior fundamentalmente baseado em dois ciclos; o estabelecimento de um sistema de créditos; a promoção da mobilidade dos jovens (valor primordial e em ascensão nesta “era digital”); promoção da cooperação europeia no domínio da avaliação da qualidade; e finalmente, a promoção europeia no ensino superior.
Após estas medidas serem postas em prática espera-se que:

  • se enfatize o processo de inovação e investigação, tendo como base o intercâmbio cultural, concretizado na mobilidade dos jovens;
  • a Europa se afirme no mundo, através do conhecimento e da mobilidade como um continente coeso e bem sucedido;
  • os estudantes participem mais activamente nas escolas;
  • este processo de reestruturação aproxime os jovens desta Sociedade em Rede, o que lhe permite um maior leque de escolhas, e uma consequente maior realização pessoal e profissional;
  • se crie o gosto pelo saber, pela aprendizagem de valores e pela aquisição de uma metodologia de trabalho (algo que não se verifica nas faculdades actuais);
  • e finalmente, que haja um reforço de conceitos como a cidadania e democracia, para que se possam entender e gerir princípios como diversidade, multiculturalidade e liberdade.

Actualmente, é um facto que as Universidades Europeias estão muito pouco competitivas e dispõem de menos meios financeiros para apostar e formar novos profissionais, face às suas homólogas dos outros países desenvolvidos. No entanto, e devido ao mercado global em que actuam, têm de dar uma resposta eficaz de forma a ultrapassarem esta situação rapidamente.
Tudo isto terá um elevado impacto nas vidas não só dos estudantes, mas também dos próprios professores, uma vez que com a diminuição do número de anos numa licenciatura, a carga aplicada será maior tanto para os alunos, como para os professores.
Todos terão de “reaprender a aprender”, pois o ensino passará a ser mais condensado e prático do que aquilo a que estamos habituados… pelo menos em Portugal. Os alunos terão de começar a saber tomar decisões e iniciativas, de forma peremptória, pois só assim os futuros profissionais deste mercado pleno de competitividade estarão prontos para enfrentar e ultrapassar quaisquer obstáculos. Os professores terão de deixar de ser tão metódicos e dar azo a que os seus alunos possam ser criativos e desenvolver as suas capacidades de inovação e investigação, tendo como ponto de partida os seus próprios meios.
O mercado de trabalho tornar-se-á ainda mais competitivo, pois com o intercâmbio de alunos mais facilitado, existirá uma maior oportunidade de aproveitar talentos e competências de culturas diversas da nossa… daí que o conceito de multiculturalidade e a sua aceitação na sociedade sejam de extrema importância, pois cada vez mais, este será o segredo para a evolução e para a não estagnação de qualquer país… a experiência e a sapiência são muito importantes para o desenvolvimento, por isso não se pode deixar de aproveitar todas as potencialidades de cada ser humano.

O Processo de Bolonha virá aumentar ainda mais a ambição pelo que é bom, eficaz, eficiente e perfeito. Tudo o que fizer o Homem sentir-se seguro e confortável, cada vez mais ciente e dominador das suas capacidades será sempre bem aceite, pois como diz McLuhan num dos muitos clichés que já originou, - a partir da célebre frase “The medium is the message” -, “the medium is the ME Age”.

quarta-feira, abril 26, 2006

Internet: a duas velocidades?

Ontem celebrou-se o dia que simboliza o expoente máximo da democracia nacional (25 de Abril de 1974) e hoje, ironicamente detenho-me a pensar sobre o facto deste meio tão revolucionário, que é a Internet, ser ou não democrático…
A democracia é o sistema político que delega o poder ao povo e que apela à liberdade de expressão e comunicação entre as pessoas, à igualdade entre todos e aos direitos que todos temos no que respeita ao mantimento da nossa privacidade e segurança.
Após a 2ª Guerra Mundial foram cometidos inúmeros atentados aos principais direitos humanos, primordialmente consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem, através da implementação de regimes autoritários um pouco por todo o mundo. Milhares de inocentes viram as suas vidas a definhar da pior forma possível, através de dor, injustiça, sofrimento e intensos momentos de pânico e terror. Para certos homens os “fins justificavam os meios” e, por isso, tudo era permitido para que obtivessem os seus ideais de uma só "raça pura" a dominar o mundo.
Felizmente, tudo isso terminou e o Homem pôde começar a saborear um pouco da liberdade a que tem direito, mas da qual se vira privado anos e anos a fio. Este “turning point” na mentalidade mundial foi essencial para que a humanidade emergisse de uma era de regressão, para uma era de evolução plena de interactividade, comunicação e informação.
No mundo multicultural constituído por sociedades plurifacetadas foram encontrados pontos comuns, os direitos humanos, que conferem e estabelecem todos os padrões de dignidade e integridade de cada ser humano. A consciência de que “a nossa liberdade termina a partir do momento em que começa a liberdade do próximo” tornou-se fulcral para que o mundo se regesse e pautasse pela igualdade de cada cidadão.
No entanto, esta sociedade altamente tecnológica trouxe grandes alterações para o quotidiano de cada um de nós. Assim, muitos são os conceitos ilusórios que têm vindo a surgir, como por exemplo, o da Sociedade da Informação e Comunicação (SIC), pois não têm qualquer definição ou explicitação abrangente e satisfatória, sabemos o que são, mas não sabemos defini-los na sua totalidade...
Existe de facto uma sociedade em rede e uma sociedade da informação, uma vez que nunca tivemos disponível uma quantidade tão imensurável de dados, mas também é inequívoca a existência de uma sociedade a duas velocidades, algo cada vez mais notório no acesso pouco igualitário que os diferentes países vão experimentando, ou não, aos meios digitais e ultra-rápidos, como é o caso da Internet.
A Internet seria um meio democrático se fosse acessível a todos da mesma forma, se possibilitasse uma igualdade e equivalência de conhecimentos e educação a cada habitante "terráqueo", no entanto, todos sabemos que a info-exclusão é uma realidade “nua e crua”, com a qual temos de aprender a lidar e ir conseguindo colmatar algumas falhas que causa.
Os principais direitos do homem apelam à igualdade e liberdade a todos os níveis e a Internet nem sempre possibilita a concretização destes mesmos pressupostos, pois torna acessível uma multiplicidade de informação e facilita o surgimento de novas formas de comunicação, bem como de dialectos próprios, apenas a uma elite mundial. Tudo isto faz com que as restantes pessoas, as que não têm possibilidades de aceder a todas estas maravilhas da tecnologia se sintam desacreditadas, menosprezadas e relegadas para o chamado "segundo ou terceiro mundo"…
A Tecnologia é algo que suscita indubitáveis discussões, pois se por um lado tem trazido grandes benefícios para a humanidade - ao nível comunicacional, cultural, no surgimento de técnicas científicas que permitem eliminar ou controlar determinadas doenças e no que respeita às capacidades acrescidas que tem dado ao Homem de tomar decisões e se expressar (com a criação de blogues, por exemplo, a liberdade de expressão que é dada na Internet não sofre qualquer tipo de pressão de editores, etc); por outro lado, também tem colocado em causa outros direitos individuais de grande relevância, como o da privacidade e segurança, uma vez que ainda não foram criados métodos totalmente seguros e confiáveis para que as transacções online fossem 100% seguras.
Quem é que não tem medo de dar os seus dados pessoais a uma máquina, sabendo dos riscos que ainda se corre actualmente? Com a capacidade que os hackers têm em aceder a cada computador, muitas vezes questionamo-nos se determinados documentos ou fotografias estão seguros no nosso computador e se não se tornarão em algo mundialmente visível...
Com a manipulação de dados dos consumidores a fazer parte de uma triste realidade, inúmeras instituições mundiais têm promovido cessões de debate que visam procurar uma solução para diminuir estes riscos promíscuos que a dita sociedade de informação acarreta (WSIS - World Summit on the Information Society).
A comunicação é, cada vez mais, um processo interactivo em que é essencial a liberdade de expressão e pensamento por parte de todos, no entanto, se não forem tomadas medidas para promover a entrada nesta era digital a todos os homens, torna-se complicado coabitar num mundo dividido entre um presente que congelou algures no passado e um presente que por estar permanentemente a necessitar de actualizações online se confunde com o futuro.
Um dos principais objectivos internacionais, segundo Kofi Annan é pôr o mundo inteiro a comunicar… algo que me parece um pouco utópico... a Internet consegue cumprir uma parte deste "principle goal", mas ainda há um longo caminho a percorrer para que o mundo se torne numa "aldeia global" a comunicar permanentemente numa rede inimterrupta sem fios.
Há muito que se diz que “o sonho comanda a vida” e que “enquanto há vida há esperança”, por isso, a nós resta-nos aguardar e continuar a acreditar que um dia a democracia “física” e “online” deixe de ser mais uma das muitas realidades virtuais em que habitamos e se transforme numa “realidade real”.

terça-feira, março 28, 2006

"Ser ou não ser... criativo?" Eis a questão...

A criatividade está intrinsecamente relacionada com a evolução, pois sem a primeira jamais o mundo e o Homem se teriam transformado naquilo que são actualmente... sem criatividade seria impensável há séculos atrás eu hoje estar aqui a teclar a um computador, para expressar a minha opinião ou os meus pensamentos sobre o que quer que fosse...
Esta é cada vez mais, uma característica individual essencial e fortemente valorizada pelo mercado competitivo em que estamos inseridos e por isso mesmo, quem não a detenha corre o risco de se ver privado de obter aquilo que mais ambiciona: felicidade e estabilidade pessoal e profissional. Quem não é criativo não é considerado parte integrante desta Era Electrónica, na qual a mente humana já perdeu de vista os horizontes do impossível...
Numa época em que o grau de relevância dado à Inteligência Emocional se começa a equiparar com a Racionalidade é, também, importante analisar até que ponto não são as emoções que nos movem e nos levam a ser criativos e a aceitar a criatividade dos outros. Nunca vos aconteceu sentirem-se mais criativos e inspirados quando estão emocionalmente alterados, quer seja tristes ou alegres? Nunca vos aconteceu terem de apelar às emoções, para que a racionalidade vos deixasse de toldar as ideias com pressupostos menos vantajosos para determinado momento? Quanto a vocês não sei, mas devo dizer-vos que isso se sucede comigo com muita frequência...
As emoções ganham, de facto, cada vez mais importância numa sociedade que apela ao inovador, ao criativo, àquilo que é diferente e pouco rotineiro... cada um de nós ambiciona por algo que nos caracterize e destaque do próximo (algo visível no carro Smart Forfour que detém um enorme leque de variedade e opções para que cada pessoa construa um carro à medida dos seus sonhos) e estes fenómenos de customização só são de facto possíveis porque existiram mentes criativas que os tornaram "pensaram" e inventaram...
No entanto, e como actualmente quem manda é o Cliente final, a realização de estudos (Neuromarketing) para que se consigam antecipar de forma eficiente os gostos do público-alvo de cada produto tem sido um recurso cada vez mais utilizado, pois as empresas têm plena noção que para o seu "sonho", a massificação dos seus produtos, se realizar é necessário que o produto não seja excessivamente criativo e inovador. De que vale um produto inovador se depois a sua manuseabilidade e funcionalidade não são as ambiconadas pelo público? De que vale marcar a diferença pelo excesso de criatividade, se depois as taxas de aceitação por parte da sociedade forem reduzidas?
Um bom exemplo de uma funcionalidade na qual se apostaram "mundos e fundos" e se criaram inúmeras expectativas em seu redor foram as chamadas por Videoconferência. Uma grande inovação, sem dúvida...fruto de muitas horas de empenho e critividade pela parte das "mentes brilhantes" que se dedicam a inventar estes serviços... ninguém duvida... mas qual foi o término desta inovação tão apoteoticamente apregoada? Com os preços desses telemóveis 3G a dispararem bruscamente, os preços dos telemóveis ditos "normais" desceram alucinantemente e tudo isto culminou com um aumento de vendas dos telemóveis previamente existentes e uma total indiferença para com estes telemóveis detentores de uma nova geração.
Deste caso se conclui, que a inovação e a criatividade são essenciaas para a evolução, no entanto, este progresso tem de acompanhar as expectativas e ambições de quem tem "a faca e o (dinheiro) na mão" - o Cliente -.
Numa Sociedade em que tudo acontece instantaneamente... em que cada vez mais vivemos com a percepção de que estamos a ficar mais controlados...que nos estão a tornar seres cada vez mais redutores no que respeita às nossas capacidades e liberdades (devido ao automatismo e pouca personalização que as máquinas atribuem às tarefas que realizam por nós)... como é que foi possível pensarem que um sistema que aumentaria o Big Brother real em que vivemos - em que a cada momento sentimos que "some eyes are watching us"-, poderia tornar-se numa tecnologia massificada?
É um facto que muitos de nós temos essa funcionalidade nos nossos telemóveis, no entanto, se vos perguntar quantas vezes a utilizaram, de certo que me responderão uma ou duas...que foi precisamente o número de vezes que a utilizei... a primeira para experimentar e ver qual era a sensação...- mais uma vez as sensações e emoções sempre presentes - e a segunda para mostrar ao meu irmão, que está nos Açores, que passados 47 anos, estava a nevar em Lisboa...
Assim sendo, a criatividade é imperterível para esta sociedade do efémero, no entanto os seus "ingredientes" devem ser utilizados de forma comedida, para que não se azede ou adocique demasiadamente o produto final, pois aquilo que o Cliente gosta são os produtos/funcionalidades que lhes tragam vantagens, comodidade e melhoria do nível de vida... desde que estejam no "ponto certo"... sem uma grama a mais ou a menos de exagero e extrapolação do real.

segunda-feira, março 20, 2006

"IT doesn't matter?"
Numa época em que o tempo e a imediatez ultrapassam todos os limites... em que as TI's e SI's são cada vez mais primordiais para o correcto funcionamento da Sociedade de Informação e Conhecimento (SIC) não será arriscado menosprezar, mesmo que ligeiramente, a importância destes sistemas informatizados que tanto facilitam as nossas vidas?
Numa época em que se confunde conhecimento tácito e explícito devido à multiplicidade de sistemas funcionais que temos disponíveis, torna-se cada vez mais complicado discernir sobre qual o aparelho mais indicado, ou não, para a obtenção de determinados "targets".
A competitividade é cada vez mais notória e relevante para a situação económica em que o país se encontra, os ciclos recessivos parecem não ter término e tudo isto pode dever-se ao facto de muitas das empresas portuguesas ainda não estarem totalmente integradas e adaptadas no mercado global em que vivemos.
É imperativo que se vá acompanhando o desenvolvimento dos outros países... tudo bem que recentemente nos destacámos pela positiva e ocupámos a posição cimeira no que toca às capitais europeias que vão ter acesso à Internet via wireless... ok... fomos os primeiros em algo... antecipámo-nos a outras capitais, no entanto, agora não podemos ficar parados à espera que as funcionalidades dos sistemas se integrem rapidamente na sociedade por si próprias... é necessário auxiliar quem não está ambientado com o mundo de sonho ou pesadelo (dependendo da forma como é utilizada) que a tecnologia possibilita. Todas as faixas etárias devem ser motivadas e devidamente acompanhadas, para não deixar ninguém de fora do "mundo super-sónico", que são os meios digitais e interactivos.
As empresas necessitam de agilizar os seus modelos de negócio, bem como as relações que estabelecem com os seus parceiros, para que tudo se torne mais rápido, eficaz e eficiente.
As TI's são, então, preponderantes para que tudo isto se suceda, pois: auxiliam a integrar a informação; diminuem os erros/falhas comunicacionais existentes em empresas com demasiados níveis hierárquicos; possibilitam uma melhoria na relação com os clientes, devido à maior personalização de atendimento e serviços que disponibilizam; diminuem as burocracias (uma infeliz realidade portuguesa); e caso sejam utilizadas, no máximo das suas potencialidades, visam a obtenção de lucros superiores aos obtidos com os métodos e modelos tradicionais e desactualizados de se fazer e encarar não só os negócios, mas também e principalmente, os clientes.
É um facto inquestionável...tudo mudou...nomeadamente a forma como se encaram as relações entre as pessoas, dentro e fora das empresas. A gestão de recursos humanos e a gestão de conhecimento são, então, cada vez mais centrais no quotidiano dos líderes das multinacionais e das PME's. A empresa que não tenha um bom líder, apto a gerir os recursos que detém e a potencializar as capacidades de cada trabalhador, (colocando cada um no local mais apropriado para os seus conhecimentos e vocações, motivando-o e diminuindo os índices de Stress), capaz de compreender e dialogar bem com todos e gerir os conflitos habitualmente existentes entre qualquer ser humano está perdida.
A conjugação do know-how com o Know-that é que marca a diferença e faz com que a empresa se destaque pela positiva ou pela negativa no sector em que está inserida... e no mercado global. Actualmente, quem não esteja dentro do contexto tecnológico e competitivo corre o risco de ficar excluído da Sociedade Global.
O conhecimento é, assim, um elemento central na nossa vida, é a base de suporte para um futuro estável e bem sucedido. Quem detem conhecimento e skills para progredir, integra-se facilmente tanto num grupo de trabalho (grupo formal) ou num grupo de amigos (grupo informal).
Na Mediocracia em que vivemos é essencial que vão surgindo focos de oposição à forma como os media querem que percepcionemos a realidade... os Opinion Makers (pessoas que têm um elevado grau de conhecimento e influência perante os outros) são extremamente relevantes, para que as pessoas possam ter opiniões diversas e muitas vezes, mais reais do que aquelas que lhes são transmitidas.
O conhecimento foi, é... e será sempre uma fonte muito importante de poder, por isso há que saber geri-lo e aproveitá-lo da melhor forma... há que reaprender a aprender diariamente...ter ambição por saber cada vez mais, num mundo em que a Informação e Dados se confundem um com o outro e com o próprio Conhecimento...
"A informação é a diferença que faz a diferença", - segundo Gregory Bateson - e é dependente da quantidade e do tipo de informação que detemos, tanto ao nível de sensações, emoções, background, como também de referências e significados que vamos aumentando, disciplinando e conjugando o nosso conhecimento tácito com o explícito... é só com base nesta gestão do conhecimento que podemos de facto evoluir e marcar a diferença.

quarta-feira, março 15, 2006

Portugal e Finlândia...descubra as semelhanças
Um destaca-se internacionalmente por inventar a Via Verde e descobrir novas funcionalidades importantes, através das novas tecnlogias, outro é o exemplo que todos ambicionam seguir no caminho que levará à Sociedade "global" da Informação.
Um aposta fortemente, entre muitas outras coisas... em construções de estádios, para brilhar durante os maiores eventos desportivos, como o Euro... o outro vai apostando em algo mais "secundário" como a educação e a disseminação das novas tecnologias por toda a sociedade. Sinceramente... eu se estivesse a governar um dos dois países nem sei bem pelo que é que optaria... é que a escolha é tão difícil de ser feita, que as inúmeras dúvidas que se me apoderaram instantaneamente do meu cérebro nem me deixam raciocinar... mas enfim...
Portugal deu recentemente o nome a uma das propostas tecnológicas mais arrojadas de sempre - a qual se denomina a Estratégia de Lisboa - no entanto, a nível interno ainda tem muito que progredir.
Somos um país com grande facilidade e vontade de aderir ao que é novo e ao que está relacionado com as novas tecnologias, no entanto, esquecemo-nos muitas vezes que isso só se verifica com um número reduzidíssimo da população portuguesa. Além disso poderíamos aproveitar as potencialidades e conhecimentos de pessoas oriundas de outras culturas, mas nem isso temos coragem para mudar... O nacionalismo, os estereótipos e preconceitos serão sempre parte integrante da nossa sociedade tão portuguesa e...europeia, uma vez que isto também se verifica pelos restantes países do mais antigo continente.
«Ao longo de 2005 os acessos à Internet em banda larga cresceram 43%» e «cerca de 83% dos estabelecimentos de ensino superior estão já cobertos por redes sem fios ( "Campus Virtuais")», segundo o portal do Governo. Tudo isto são indicadores do progresso e da vontade que os portugueses têm de se integrar nesta rede não só europeia, mas também global. No entanto, só isto não basta...
É importante que se tente alcançar o sonho de uma Europa a uma velocidade, de uma Europa única, sem que surja esta ou outra potência a tentar manter a sua hegemonia e a contrariar a vontade da maioria. Este plano Europeu para a Sociedade da Informação e do Conhecimento é de facto preponderante para que o Sonho Europeu se concretize, mas penso que ainda existem batalhas a ser travadas previamente, para que todos estes projectos se transformem em algo mais do que sonhos...
Como é possível que no mesmo continente... no velho continente... existam países a falar de e-learning, se em outros nem existe estabilidade ou condições para que se pratique o tipo de ensino mais rudimentar? Como é possível que haja apenas um país a ser bem sucedido a nível de ensino (Finlândia), se aqueles que também têm hipóteses de o ser, as desperdiçam com outros valores que consideram mais urgentes?
Eu pergunto-me: há algo mais imperativo, do que uma Sociedade escolarizada e devidamente integrada a nível tecnológico? Como pretendem evoluir, senão apostarem naquilo que lhes poderá garantir o futuro? É que o investimento na educação terá sempre retorno, enquanto que noutros tipos de investimento o retorno demora muitos anos a chegar...ou acaba mesmo por nunca vir.
Apostar no desenvolvimento do Conhecimento, da Inovação e da Tecnologia, tal como fez a Finlândia, é sem dúvida primordial, desde que seja feito para todas as classes etárias, senão não se estará a contribuir para a evolução, mas sim para o aumento dispar da info-exclusão... e como esta por si só, já existe em grande quantidade, mais do que a desejada e necessária, é então urgente que todos os países que integram este projecto analisem os seus recursos, as suas necessidades...modifiquem aquilo que puderem internamente, para que depois possam agir correctamente quando tiverem de o fazer perante outros...
Não vale a pena dar um "passo maior que a perna", porque depois a queda é muito maior. Sem estabilidade interna nenhum país, por muito boa vontade que tenha, pode ser uma mais valia no auxílio aos outros. Se queremos construir uma Rede Global (neste caso Europeia) funcional, não podem existir "fios" desconectados... Todos temos de estar Online ao mesmo tempo, à mesma hora!
A precipitação, normalmente é um dos factores principais para que surjam algumas falhas neste tipo de projectos, Portugal deve e tem de apostar tudo neste Plano Tecnológico, de que tanto se tem falado ultimamente, no entanto, não nos podemos esquecer de quem somos e donde viémos... somos um país que viveu em ditadura alguns anos e parecendo que não tudo isto fez com que além de sermos "um país à beira mar plantados" passássemos a ser um dos países a integrar a "última carruagem do comboio do desenvolvimento europeu" (como referiu e muito bem, a minha colega Ana Margarida). O importante é ter calma, pois o tempo e a paciência trazem o sucesso e a sapiência...
A Finlândia deve ser, de facto, um exemplo do fim que todos os países pretendem alcançar - cujo nível de literacia da população ascende, virtualmente aos 100% -, no entanto, para lá se chegar os meios têm de ser cautelosamente analisados.
Somos um País com capacidades extremas, por isso temos de aproveitá-las da melhor forma. Relativamente ao nosso papel neste Plano Tecnológico tão inovador e necessário, penso que nunca chegaremos a assunmir um papel de relevo perante outras grandes potências, pois a nossa economia e dificuldades internas ainda não o permitirão, no entanto, já é um grande progresso sermos parte integrante desta tentativa de cumprimento de um objectivo europeu comum... Estamos um passo mais próximos de cumprir o Sonho Europeu, mas ainda há muito caminho a ser percorrido...

sexta-feira, março 10, 2006

"Raios partam os sapos"... e já agora... a Info-exclusão

A Publicidade e a Sociedade da Informação e Comunicação (SIC) tanto se têm esforçado que o objectivo pretendido já foi atingido, transformaram um ser humano... em "produto"... e para coincidência das coincidências foi o meu amigo Fábio, ou Machadovski como ele agora se faz reconhecer... Já agora aproveito para dizer... que é incrivel como é que um finalista de um Curso de Comunicação Social e Cultural ainda não aprendeu que os direitos de autor se pagam...mas enfim... desta vez eu desculpo!(;
...continuando e agora prometo que vou "tentar falar a sério"... o post está deveras interessante e como foca um anúncio que gosto particularmente, não só por se tratar de um carro ("objecto" pelo qual tenho um enorme fascínio), mas também de um boneco tão carismático como o Cocas...o Sapo prometo que vou tentar dar o meu melhor!
Todos nós somos, cada vez mais, fruto, espelho e produtos da sociedade em que vivemos, pois agimos e pensamos de acordo com aquilo que nos induzem a pensar, não só os media mas todo o meio envolvente que nos rodeia e bombardeia com informação e publicidade, de forma a aumentar ainda mais a Era do Consumismo e da busca incessante pelo efémero, pelo esporádico e pelo que vai perdendo valor e/ou significado...
Se não forem as conversas com os amigos ou familiares muitas vezes não nos apercebemos de certos factos ou acontecimentos que estão a marcar o momento, pois há tanto para ver que por muito que estejamos informados, nunca conseguimos deter o conhecimento total dos factos, dos anúncios e das inovações digitais que vão surgindo.
Numa época em que a tecnologia se entrenha por todos os sentidos, é importante que se vá tentando e conseguindo falar a sério, pois a info-exclusão não afecta só as pessoas com menos possibilidades de se informarem (ou pelo país em que vivem, ou pela dificuldade de acesso aos meios correctos para que isso se suceda)...muito pelo contrário... e tal como vimos na conferência da Dra. Rita Figueiras, até mesmo aqueles que vivem a pensar que detêm uma cultura acima da média, por terem acesso facilitado aos órgãos de comunicação e aos meios tecnológicos, podem ser, e são, considerados info-excluídos, pois por detrás de um acontecimento há sempre muitas "supostas" verdades, mas só uma é a real.
A realidade fictícia em que vivemos, criada pela Mediocracia , faz-nos muitas vezes acreditar que a verdade é a transmitida, mas muitas vezes esta é falseada - pois é embelezada, ou fortemente invertida.
Os media são cada vez mais encarados, como o "Quarto poder" e como os restantes poderes, estes também têm formas e estratégias de conseguir captar a atenção da sociedade... os chamados jogos de "lavagem cerebral", nos quais pretendem entranhar uma determinada forma de percepcionar os acontecimentos, para que não surjam quaisquer tipos de oposições à sua forma de encarar e lidar com a situação.
O maior medo dos media é que a sociedade adquira a capacidade de se questionar por ela própria... no entanto, eu desafio a que todos passemos a estar mais atentos ao que nos rodeia e ao que se faz, só para a obtenção de maior ou menos impacto perante a OP... e consequente aumento de vendas e lucros...
Quem detém o poder nas suas mãos deve tentar cultivar a sociedade, puxar pelas suas capacidades, em vez de torná-la em algo inerte, apático e totalmente incapaz de pensar ou tomar inciativas por si próprio...
Os media e a tecnologia são de facto duas fontes preponderantes para a aquisição de conhecimento e informação, mas isto só é positivo se ela não for falseada e se estes meios forem utilizados com o fim de produzirem anúncios imaginativos, inovadores e engraçados, como o que o Fábio falou.
A velocidade, o divertimento e o prazer são uma parte integrante da mentalidade vivida e praticada actualmente, no entanto, como tudo é instantâneo e passageiro é importante pensar até que ponto esses valores vão durar... até que ponto esses valores não vão dar lugar a novos valores... ou até mesmo a valores previamente existentes...
A História é feita de ciclos, que consoante determinados momentos e perante certos acontecimentos vão sofrendo alterações, cada ciclo tem o seu término quando surge um facto primordial para que a mudança se torne irrevogável e prevaleça... Será que o caminho é a regressão ou a progressão? De certo que opto pela segunda opção, pois é no progresso que está o futuro... e por isso mesmo deixo aqui uma sugestão à BMW: já começa a ser altura de dizer "raios partam os sapos", já chegou a hora de darem lugar a qualquer outro "animalesco".
Assim e perante estes factos impõe-se a pergunta: Qual será o próximo "turning point" da humanidade?
A questão de certo prevalecerá no "segredo dos deuses"... até que o futuro se encarregue de nos ir traçando o rumo a seguir... pois pelo que sei e apesar da tremenda inovação e revolução que a Ciência e a Tecnologia têm vindo a causar... a "poção mágica" para a previsão do que nos espera, ainda não foi inventada... assim, só nos resta aguardar anciosamente...pelos próximos capítulos...
Por isso deixo-vos um conselho: "Não percam o próximo episódio, porque também não...!"

quarta-feira, março 01, 2006

Honda: "The power of dreams"!

Ladies and gentlemen start your engines...because "this is what a Honda feels like"...carregue no alarme, prima o botão start e entre num anúncio e carro de sonho..."venha fazer o test drive à sua curiosidade"... entre no mundo da fantasia real do novo anúncio do Honda Civic e nada voltará a ser como antes...
Sons, música, sussurros, suspiros, vozes... muitas vozes... um misto de sentimentos, sensações e arrepios, partilhado por 60 pessoas em uníssono, água...muita água, novas formas de ver o mundo, novas formas de conduzir, novas formas de fabricar carros, novas formas de fazer publicidade, novas formas de encarar o consumidor... enfim, novas formas de revolucionar, ainda mais, o mercado...
Este anúncio veio de facto trazer ainda mais inovação ao mercado da publicidade, veio mostrar que com imaginação tudo se consegue... pois o que é que convence e cativa o consumidor? O que é essencial para captar a atenção do cliente? Sem dúvida nenhuma que é a novidade e o que impressiona pela positiva e marca pela diferença, ou não vivessemos nós na época do "Império do Novo".
O novo Honda Civic ganhará, de certo muito com a sua campanha publicitária, porque anúncios com tanto impacto são muito poucas vezes produzidos... E como se uma voz não bastasse...que tal vos parece terem 6o pessoas a fazer todos os barulhos possíveis e imaginários que um automóvel faz? Quer quando se liga, quando arranca, quando vai na auto-estrada, ou nas pedras da calçada... quando abre um vidro, quando utiliza os pára-brisas, ou até mesmo quando o condutor insere um Cd e a música começa a tocar bem alto na sua batida de "pum ts pum".
Este é um anúncio produzido e pensado ao pormenor, para um público alvo bastante vasto, uma vez que tanto a publicidade como o próprio carro mostram grandes margens de manobra no que se refere ao seu target... que, na minha opinião, pode ir desde os 18 aos 65, não só pela segurança e pelos inúmeros extras que o carro mostra ter, mas pela emoção e boa disposição que tanto o anúncio como o carro transmitem... é que para ser-se jovem o mais importante é o espírito e jovialidade é algo que toda a campanha transmite em quantidades infindáveis...
Outro ponto relevante é o facto de na nossa sociedade os carros serem, cada vez mais, objectos de "desinvestimento", uma vez que a partir do momento em que saem do stand automaticamente desvalorizam brutalmente, já para não falar na quantidade de gasolina que "bebem", e na quantia de euros que temos de dispender nos seguros, nas avarias e nas "azaradas batidelas" que de vez em quando damos ou nos dão... Hoje já não são encarados como bens de luxo, mas como algo indispensável para a maioria, não só pelo puro consumismo, mas também pelo comodismo desta geração Homo Zappens...
Assim, este anúncio vem totalmente ao encontro destas características societais, pois sabe exactamente onde pegar, para captar a atenção do consumidor... durante aquele breve minuto e com a ajuda dos inúmeros e rapidíssimos clips que compõem o anúncio (Geração Clip), todos nos abstraimos destes contras que os carros têm e focamo-nos no pensamento de que o que é fashion é trocar de carro de 3 em 3 anos (no máximo)...a partir daqui, rapidamente há quem entre no mundo da ilusão e decida agendar para o dia seguinte, ao visionamento do anúncio, uma passagem pelo stand mais próximo para dar uma espreitadela no Civic...
O primeiro passo, que é levar o consumidor a procurar informação pelo artigo da marca em questão será certamente alcançado ... depois é a altura de entrarem os colaboradores/vendedores da própria empresa em acção... se a conversa for amena e conseguirem levar o comprador na certa...uma "comissãozita" está garantida, já para não falar nos lucros da marca a aumentarem vertiginosamente...
Actualmente, tudo está cuidadosamente concebido para induzir o comprador a aceder facilmente aos artigos publicitados, no entanto, às vezes fazem com que as pessoas dêem "passos maiores que as próprias pernas" e cometam algumas loucuras e devaneios por algo que não têm condições para sustentar!
O tempo dos nossos avós, em que um carro, ou qualquer outro electrodoméstico e bem, era para toda a vida já lá vai, agora quanto menos tempo as coisas durarem, melhor! Tipo de mentalidade que funciona tanto para vendedores, como para consumidores, pois uns vendem e lucram mais com estes ciclos curtos, os outros vão renovando permanentemente os seus bens e consequentemente vão estando na moda... porque o que é In é trocar frequentemente tudo aquilo que é visivel para o resto da Sociedade... o importante é incitar e viver neste mundo de aparências e futilidades...
Este é um anúncio que vem marcar um ponto de viragem na forma de encarar o universo do marketing e publicidade, pois veio unir o mundo digital ao mundo humano, aliando as melhores características de um com as do outro e tudo isto teve um resultado final brilhante.
Existem cada vez mais marcas de automóveis, e cada marca tem diferentes modelos, por isso para se sobreviver é necessário marcar-se a diferença e destacar-se de forma única e indiscutível... A abundância e diversidade do mercado automóvel é muito elevada e há muito que a Honda necessitava de se reinventar e inovar os seus modelos, pois começava a ficar desactualizada nas linhas e formas que os seus carros detinham... Se há cerca de 4 anos lançaram o Honda Jazz, um carro essencialmente feminino e continuavam a manter o Civic com linhas antiquadas e "agressivas", agora, aperceberam-se que com as mudanças no mercado e com a Era do Feminino a imergir, era prioritário remodelarem este modelo e atribuir-lhe formas mais graciosas e futuristas... irem um pouco mais ao encontro do rumo que a sociedade e o mundo está a tomar, começarem a direccionar-se mais para algo original, com algos toques femininos e ao mesmo tempo, que se fizesse acompanhar por tecnologia de ponta, ou não estivéssemos nós na Era Digital...
Querem velocidade e segurança? Aqui estão... Querem Prazer? Aqui o têm... Querem Mobilidade? O carro é um dos objectos que mais a possibilita e o spot publicitário teleporta-nos, sem dúvida, para um outro espaço... Interactividade, abundância e diversidade também não lhe faltam... perante tudo isto...palavras para quê?
Se ainda não tiveram oportunidade de ver, não esperem nem mais um segundo...acedam ao site, vejam o anúncio, construam um carro à vossa medida...enfim, naveguem rumo a outra dimensão com aquele que considero ser o melhor anúncio dos últimos tempos...
http://www.honda.co.uk/civic/

Então? Agora já percebem o que eu estava a dizer?

Para terminar gostava que reflectissem sobre um "reaproveitamento" que resolvi fazer com o slogan da Honda, por achar que mais apropriado, para a Sociedade em Rede a que estamos "conectados", não podia ser...

Era Digital = "The power of dreams" ?

Quid Iuris? (;


Mudam-se os tempos... mudam-se os valores!

"Luzes, câmeras...acção"... e eis que entrámos numa nova era...Será a realidade ou pura fantasia? Será mais um dos filmes criados pelo Império do Novo, pelo mediatismo e imediatismo em que estamos inseridos, ou é algo que não traz livro de instruções e nem a opção OFF para desligar?

O mundo está, de facto, em mudança e como já dizia o velho ditado: "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" e neste caso, os valores... Antigamente valorizava-se o eterno, actualmente prevalece o efémero ou a efémera (como já dizia o anúncio)... tudo apela ao banal, ao versátil, ao rápido, ao veloz, ao que é ágil, ao que dura menos, ao que está na moda...parece a sociedade "fotocópia", não porque tenhamos todos os mesmos objectos/acessórios, ou os mesmo objectivos, pois com a variedade e multiplicidade de escolha que o mercado actual nos permite, a taxa de cópias integrais de cada um de nós, espelhadas noutro ser humano qualquer é quase impensável. No entanto, se formos analisar em termos dos valores que cada um de nós detém, o cenário já se modifica ligeiramente...pois todos ambicionamos e valorizamos basicamente o mesmo (salvo aqueles que têm graves desvios de personalidade). Todos habitamos o mesmo mundo e se este sofre modificações também nós as sofremos...algumas são benéficas, outras nem por isso, mas o Homem é mesmo assim...necessita de mudanças constantes para se sentir motivado, renovado e em permanente evolução, pois "parar é morrer".

A era digital não deu margem para opções, pois se inicialmente teve alguns opositores ao seu surgimento e vantagens posteriores, as vozes que ecoaram mais alto foram as dos seus apoiantes fervorosos, que rapidamente mostraram ao mundo aquilo que todos queriamos... uma Sociedade em Rede, que permita um contacto permanente entre os "4 cantos" do mundo... uma sociedade onde não há impossíveis... em que a velocidade é um factor primordial - pois "tempo é dinheiro" e assim sendo não há tempo a perder, com NADA; onde nada dura muito tempo (ciclos curtos) - cada coisa dura o tempo necessário até já ter passado de moda e por isso mesmo cair em esquecimento; onde só o que é novidade e estranho/diferente é que ganha notoriedade ou visibilidade; onde há um pouco de tudo, de todos os tamanhos, cores e feitios, para todos os gostos - "p'ró menino e p'ra menina"; onde tudo o que não dê prazer, mesmo que instantâneo (já que esta é a época da instataneidade e da imediatez...) está automaticamente out das opções da geração Bife do lombo, geração "clip", ou também da chamada geração Homo Zappens; onde o não interactivo é tido como vulgar e pouco apetecível; e onde o digital, o móvel e o toque feminino são encarados como algo muito fashion.

Tudo o que "ancestralmente" tinha dado valor, presentemente já o perdeu, pois no "reino tecnológico" impera a vontade dos cosumidores, todos os seus desejos são ordens, e se alguma empresa tentar rumar contra esta maré, bem pode crer que se "afunda", pois ou são capazes de agradar, disponibilizar e fidelizar os seus clientes com serviços vantajosos e inovadores...ou bem podem esperar pelo segundo seguinte em que os começam a ver a abandonar o navio e a começar uma nova aventura num outro concorrente.

Cada segundo conta, cada pormenor, cada detalhe tem de ser pormenorizadamente cuidado, para que "na economia da abundância se adquira o recurso escasso mais precioso: a atenção do cliente/espectador/leitor/usuário.

Daí as cores, os tamanhos e formas dos objectos e respectivas campanhas de publicidade irem sofrendo as alterações necessárias para irem ao encontro, o mais possível, dos gostos dos consumidores. Ora e se falamos em consumidores...falamos necessariamente em mulheres e se falamos em mulheres, falamos obrigatoriamente em moda...estas são cada vez mais o alvo primordial das campanhas da marketing das empresas, pois não há ninguém mais consumista (não no sentido depreciativo, como é óbvio) e que ligue mais a determinados detalhes do que a Mulher.
Assim, podemos ver algumas marcas a modificarem as letras dos logótipos e slogans para algo mais redondo - para ir ao encontro das formas do corpo feminino - (exemplos: TMN e Continente)...algo semelhante se passa com os carros e telemóveis (Citroen C3 e o novo telemóvel motorola V3, que foi feito em tamanho e cor a pensar nas necessidades -para caber em todo o lado - e gostos - existe em cor-de-rosa, cor caracterisicamente feminina).

Todas estas transformações tem como intuito causar nos consumidores dois tipos de efeitos: felicidade e satisfação - conceitos cada vez mais ambíguos -, pois apesar de todos termos valores comuns, cada um determina diferentes objectivos para a sua vida, estes que tal como os gostos e devido à evolução do mercado e da sociedade vão sofrendo algumas alterações e que por isso se vão coadunando, ou não, com aquilo que a maioria ou a moda dita.

Tudo está nas minhas mãos... nas tuas mãos... nas suas mãos...nas nossas mãos, todos podemos optar por continuar submersos nesta Sociedade do imediato, do proveitoso e do banal ou então seguir o caminho mais complicado, que é aproveitar os benefícios que a era digital nos trouxe, para construirmos uma sociedade, íntegra, que valorize não só o rápido, o eficaz e eficiente, mas acima de tudo que transforme o conhecimento e a informação disponibilizada tão facilmente pelos meios digitais e interactivos, em algo que seja pleno de conteúdo e não em algo totalmente oco de significado.

O mundo está em permanente transformação, assim como os nossos próprios valores...e as principais causas para estas rápidas e prementes modificações são os meios digitais que invadiram o nosso quotidiano e nos habituaram a viver com o que é fácil, móvel, rápido e eficaz... A era digital já se instalou, por isso só tem duas opções: ou se conecta e escolhe estar ONLINE, ou então opta por permanecer na ignorância e continuar a viver OFFLINE de tudo o que a rodeia e de tudo aquilo que integra o mundo...

Esta é a realidade em que vivemos, não adianta querer esconder-se, fechar os olhos ou fingir que não vê, todos os nossos gestos e actos foram moldados e modificados pelo surgimento da tecnologia...Seria capaz de viver sem o seu telemóvel, ou sem navegar na internet? Quanto tempo conseguiria estar novamente isolado do mundo?

É uma verdade inquestionável e irredutível, tudo o que nos rodeia tem algo digital e interactivo e sem estes temperos, a nossa vida já não seria a mesma...se agora nos retirassem todos estes requintes e privilégios viveríamos apáticos e infelizes, num pesadelo inacabável e insonso, tal como aquele que muitas vezes nos assombra quando algum dos nossos utensílios preciosos (telemóvel, computador, Tv,etc) nos é "retirado" ou se encontra "temporariamente indisponível", por falta de rede ou bateria! Não viva pesadelos, nem ilusões, viva a realidade...

Era Digital = REALIDADE: "do you wanna come in?"