terça-feira, março 28, 2006

"Ser ou não ser... criativo?" Eis a questão...

A criatividade está intrinsecamente relacionada com a evolução, pois sem a primeira jamais o mundo e o Homem se teriam transformado naquilo que são actualmente... sem criatividade seria impensável há séculos atrás eu hoje estar aqui a teclar a um computador, para expressar a minha opinião ou os meus pensamentos sobre o que quer que fosse...
Esta é cada vez mais, uma característica individual essencial e fortemente valorizada pelo mercado competitivo em que estamos inseridos e por isso mesmo, quem não a detenha corre o risco de se ver privado de obter aquilo que mais ambiciona: felicidade e estabilidade pessoal e profissional. Quem não é criativo não é considerado parte integrante desta Era Electrónica, na qual a mente humana já perdeu de vista os horizontes do impossível...
Numa época em que o grau de relevância dado à Inteligência Emocional se começa a equiparar com a Racionalidade é, também, importante analisar até que ponto não são as emoções que nos movem e nos levam a ser criativos e a aceitar a criatividade dos outros. Nunca vos aconteceu sentirem-se mais criativos e inspirados quando estão emocionalmente alterados, quer seja tristes ou alegres? Nunca vos aconteceu terem de apelar às emoções, para que a racionalidade vos deixasse de toldar as ideias com pressupostos menos vantajosos para determinado momento? Quanto a vocês não sei, mas devo dizer-vos que isso se sucede comigo com muita frequência...
As emoções ganham, de facto, cada vez mais importância numa sociedade que apela ao inovador, ao criativo, àquilo que é diferente e pouco rotineiro... cada um de nós ambiciona por algo que nos caracterize e destaque do próximo (algo visível no carro Smart Forfour que detém um enorme leque de variedade e opções para que cada pessoa construa um carro à medida dos seus sonhos) e estes fenómenos de customização só são de facto possíveis porque existiram mentes criativas que os tornaram "pensaram" e inventaram...
No entanto, e como actualmente quem manda é o Cliente final, a realização de estudos (Neuromarketing) para que se consigam antecipar de forma eficiente os gostos do público-alvo de cada produto tem sido um recurso cada vez mais utilizado, pois as empresas têm plena noção que para o seu "sonho", a massificação dos seus produtos, se realizar é necessário que o produto não seja excessivamente criativo e inovador. De que vale um produto inovador se depois a sua manuseabilidade e funcionalidade não são as ambiconadas pelo público? De que vale marcar a diferença pelo excesso de criatividade, se depois as taxas de aceitação por parte da sociedade forem reduzidas?
Um bom exemplo de uma funcionalidade na qual se apostaram "mundos e fundos" e se criaram inúmeras expectativas em seu redor foram as chamadas por Videoconferência. Uma grande inovação, sem dúvida...fruto de muitas horas de empenho e critividade pela parte das "mentes brilhantes" que se dedicam a inventar estes serviços... ninguém duvida... mas qual foi o término desta inovação tão apoteoticamente apregoada? Com os preços desses telemóveis 3G a dispararem bruscamente, os preços dos telemóveis ditos "normais" desceram alucinantemente e tudo isto culminou com um aumento de vendas dos telemóveis previamente existentes e uma total indiferença para com estes telemóveis detentores de uma nova geração.
Deste caso se conclui, que a inovação e a criatividade são essenciaas para a evolução, no entanto, este progresso tem de acompanhar as expectativas e ambições de quem tem "a faca e o (dinheiro) na mão" - o Cliente -.
Numa Sociedade em que tudo acontece instantaneamente... em que cada vez mais vivemos com a percepção de que estamos a ficar mais controlados...que nos estão a tornar seres cada vez mais redutores no que respeita às nossas capacidades e liberdades (devido ao automatismo e pouca personalização que as máquinas atribuem às tarefas que realizam por nós)... como é que foi possível pensarem que um sistema que aumentaria o Big Brother real em que vivemos - em que a cada momento sentimos que "some eyes are watching us"-, poderia tornar-se numa tecnologia massificada?
É um facto que muitos de nós temos essa funcionalidade nos nossos telemóveis, no entanto, se vos perguntar quantas vezes a utilizaram, de certo que me responderão uma ou duas...que foi precisamente o número de vezes que a utilizei... a primeira para experimentar e ver qual era a sensação...- mais uma vez as sensações e emoções sempre presentes - e a segunda para mostrar ao meu irmão, que está nos Açores, que passados 47 anos, estava a nevar em Lisboa...
Assim sendo, a criatividade é imperterível para esta sociedade do efémero, no entanto os seus "ingredientes" devem ser utilizados de forma comedida, para que não se azede ou adocique demasiadamente o produto final, pois aquilo que o Cliente gosta são os produtos/funcionalidades que lhes tragam vantagens, comodidade e melhoria do nível de vida... desde que estejam no "ponto certo"... sem uma grama a mais ou a menos de exagero e extrapolação do real.

1 Comments:

At 1:34 da manhã, Blogger Carla Ganito said...

É interessantemas foge ao cerne da questão.

 

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