Internet: a duas velocidades?
Ontem celebrou-se o dia que simboliza o expoente máximo da democracia nacional (25 de Abril de 1974) e hoje, ironicamente detenho-me a pensar sobre o facto deste meio tão revolucionário, que é a Internet, ser ou não democrático…
A democracia é o sistema político que delega o poder ao povo e que apela à liberdade de expressão e comunicação entre as pessoas, à igualdade entre todos e aos direitos que todos temos no que respeita ao mantimento da nossa privacidade e segurança.
Após a 2ª Guerra Mundial foram cometidos inúmeros atentados aos principais direitos humanos, primordialmente consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem, através da implementação de regimes autoritários um pouco por todo o mundo. Milhares de inocentes viram as suas vidas a definhar da pior forma possível, através de dor, injustiça, sofrimento e intensos momentos de pânico e terror. Para certos homens os “fins justificavam os meios” e, por isso, tudo era permitido para que obtivessem os seus ideais de uma só "raça pura" a dominar o mundo.
Felizmente, tudo isso terminou e o Homem pôde começar a saborear um pouco da liberdade a que tem direito, mas da qual se vira privado anos e anos a fio. Este “turning point” na mentalidade mundial foi essencial para que a humanidade emergisse de uma era de regressão, para uma era de evolução plena de interactividade, comunicação e informação.
No mundo multicultural constituído por sociedades plurifacetadas foram encontrados pontos comuns, os direitos humanos, que conferem e estabelecem todos os padrões de dignidade e integridade de cada ser humano. A consciência de que “a nossa liberdade termina a partir do momento em que começa a liberdade do próximo” tornou-se fulcral para que o mundo se regesse e pautasse pela igualdade de cada cidadão.
No entanto, esta sociedade altamente tecnológica trouxe grandes alterações para o quotidiano de cada um de nós. Assim, muitos são os conceitos ilusórios que têm vindo a surgir, como por exemplo, o da Sociedade da Informação e Comunicação (SIC), pois não têm qualquer definição ou explicitação abrangente e satisfatória, sabemos o que são, mas não sabemos defini-los na sua totalidade...
Existe de facto uma sociedade em rede e uma sociedade da informação, uma vez que nunca tivemos disponível uma quantidade tão imensurável de dados, mas também é inequívoca a existência de uma sociedade a duas velocidades, algo cada vez mais notório no acesso pouco igualitário que os diferentes países vão experimentando, ou não, aos meios digitais e ultra-rápidos, como é o caso da Internet.
A Internet seria um meio democrático se fosse acessível a todos da mesma forma, se possibilitasse uma igualdade e equivalência de conhecimentos e educação a cada habitante "terráqueo", no entanto, todos sabemos que a info-exclusão é uma realidade “nua e crua”, com a qual temos de aprender a lidar e ir conseguindo colmatar algumas falhas que causa.
Ontem celebrou-se o dia que simboliza o expoente máximo da democracia nacional (25 de Abril de 1974) e hoje, ironicamente detenho-me a pensar sobre o facto deste meio tão revolucionário, que é a Internet, ser ou não democrático…
A democracia é o sistema político que delega o poder ao povo e que apela à liberdade de expressão e comunicação entre as pessoas, à igualdade entre todos e aos direitos que todos temos no que respeita ao mantimento da nossa privacidade e segurança.
Após a 2ª Guerra Mundial foram cometidos inúmeros atentados aos principais direitos humanos, primordialmente consagrados na Declaração Universal dos Direitos do Homem, através da implementação de regimes autoritários um pouco por todo o mundo. Milhares de inocentes viram as suas vidas a definhar da pior forma possível, através de dor, injustiça, sofrimento e intensos momentos de pânico e terror. Para certos homens os “fins justificavam os meios” e, por isso, tudo era permitido para que obtivessem os seus ideais de uma só "raça pura" a dominar o mundo.
Felizmente, tudo isso terminou e o Homem pôde começar a saborear um pouco da liberdade a que tem direito, mas da qual se vira privado anos e anos a fio. Este “turning point” na mentalidade mundial foi essencial para que a humanidade emergisse de uma era de regressão, para uma era de evolução plena de interactividade, comunicação e informação.
No mundo multicultural constituído por sociedades plurifacetadas foram encontrados pontos comuns, os direitos humanos, que conferem e estabelecem todos os padrões de dignidade e integridade de cada ser humano. A consciência de que “a nossa liberdade termina a partir do momento em que começa a liberdade do próximo” tornou-se fulcral para que o mundo se regesse e pautasse pela igualdade de cada cidadão.
No entanto, esta sociedade altamente tecnológica trouxe grandes alterações para o quotidiano de cada um de nós. Assim, muitos são os conceitos ilusórios que têm vindo a surgir, como por exemplo, o da Sociedade da Informação e Comunicação (SIC), pois não têm qualquer definição ou explicitação abrangente e satisfatória, sabemos o que são, mas não sabemos defini-los na sua totalidade...
Existe de facto uma sociedade em rede e uma sociedade da informação, uma vez que nunca tivemos disponível uma quantidade tão imensurável de dados, mas também é inequívoca a existência de uma sociedade a duas velocidades, algo cada vez mais notório no acesso pouco igualitário que os diferentes países vão experimentando, ou não, aos meios digitais e ultra-rápidos, como é o caso da Internet.
A Internet seria um meio democrático se fosse acessível a todos da mesma forma, se possibilitasse uma igualdade e equivalência de conhecimentos e educação a cada habitante "terráqueo", no entanto, todos sabemos que a info-exclusão é uma realidade “nua e crua”, com a qual temos de aprender a lidar e ir conseguindo colmatar algumas falhas que causa.
Os principais direitos do homem apelam à igualdade e liberdade a todos os níveis e a Internet nem sempre possibilita a concretização destes mesmos pressupostos, pois torna acessível uma multiplicidade de informação e facilita o surgimento de novas formas de comunicação, bem como de dialectos próprios, apenas a uma elite mundial. Tudo isto faz com que as restantes pessoas, as que não têm possibilidades de aceder a todas estas maravilhas da tecnologia se sintam desacreditadas, menosprezadas e relegadas para o chamado "segundo ou terceiro mundo"…
A Tecnologia é algo que suscita indubitáveis discussões, pois se por um lado tem trazido grandes benefícios para a humanidade - ao nível comunicacional, cultural, no surgimento de técnicas científicas que permitem eliminar ou controlar determinadas doenças e no que respeita às capacidades acrescidas que tem dado ao Homem de tomar decisões e se expressar (com a criação de blogues, por exemplo, a liberdade de expressão que é dada na Internet não sofre qualquer tipo de pressão de editores, etc); por outro lado, também tem colocado em causa outros direitos individuais de grande relevância, como o da privacidade e segurança, uma vez que ainda não foram criados métodos totalmente seguros e confiáveis para que as transacções online fossem 100% seguras.
Quem é que não tem medo de dar os seus dados pessoais a uma máquina, sabendo dos riscos que ainda se corre actualmente? Com a capacidade que os hackers têm em aceder a cada computador, muitas vezes questionamo-nos se determinados documentos ou fotografias estão seguros no nosso computador e se não se tornarão em algo mundialmente visível...
Com a manipulação de dados dos consumidores a fazer parte de uma triste realidade, inúmeras instituições mundiais têm promovido cessões de debate que visam procurar uma solução para diminuir estes riscos promíscuos que a dita sociedade de informação acarreta (WSIS - World Summit on the Information Society).
A comunicação é, cada vez mais, um processo interactivo em que é essencial a liberdade de expressão e pensamento por parte de todos, no entanto, se não forem tomadas medidas para promover a entrada nesta era digital a todos os homens, torna-se complicado coabitar num mundo dividido entre um presente que congelou algures no passado e um presente que por estar permanentemente a necessitar de actualizações online se confunde com o futuro.
Um dos principais objectivos internacionais, segundo Kofi Annan é pôr o mundo inteiro a comunicar… algo que me parece um pouco utópico... a Internet consegue cumprir uma parte deste "principle goal", mas ainda há um longo caminho a percorrer para que o mundo se torne numa "aldeia global" a comunicar permanentemente numa rede inimterrupta sem fios.
A Tecnologia é algo que suscita indubitáveis discussões, pois se por um lado tem trazido grandes benefícios para a humanidade - ao nível comunicacional, cultural, no surgimento de técnicas científicas que permitem eliminar ou controlar determinadas doenças e no que respeita às capacidades acrescidas que tem dado ao Homem de tomar decisões e se expressar (com a criação de blogues, por exemplo, a liberdade de expressão que é dada na Internet não sofre qualquer tipo de pressão de editores, etc); por outro lado, também tem colocado em causa outros direitos individuais de grande relevância, como o da privacidade e segurança, uma vez que ainda não foram criados métodos totalmente seguros e confiáveis para que as transacções online fossem 100% seguras.
Quem é que não tem medo de dar os seus dados pessoais a uma máquina, sabendo dos riscos que ainda se corre actualmente? Com a capacidade que os hackers têm em aceder a cada computador, muitas vezes questionamo-nos se determinados documentos ou fotografias estão seguros no nosso computador e se não se tornarão em algo mundialmente visível...
Com a manipulação de dados dos consumidores a fazer parte de uma triste realidade, inúmeras instituições mundiais têm promovido cessões de debate que visam procurar uma solução para diminuir estes riscos promíscuos que a dita sociedade de informação acarreta (WSIS - World Summit on the Information Society).
A comunicação é, cada vez mais, um processo interactivo em que é essencial a liberdade de expressão e pensamento por parte de todos, no entanto, se não forem tomadas medidas para promover a entrada nesta era digital a todos os homens, torna-se complicado coabitar num mundo dividido entre um presente que congelou algures no passado e um presente que por estar permanentemente a necessitar de actualizações online se confunde com o futuro.
Um dos principais objectivos internacionais, segundo Kofi Annan é pôr o mundo inteiro a comunicar… algo que me parece um pouco utópico... a Internet consegue cumprir uma parte deste "principle goal", mas ainda há um longo caminho a percorrer para que o mundo se torne numa "aldeia global" a comunicar permanentemente numa rede inimterrupta sem fios.
Há muito que se diz que “o sonho comanda a vida” e que “enquanto há vida há esperança”, por isso, a nós resta-nos aguardar e continuar a acreditar que um dia a democracia “física” e “online” deixe de ser mais uma das muitas realidades virtuais em que habitamos e se transforme numa “realidade real”.